História

Pedra…

A origem do nome Bruçó perde-se nas memórias seculares, com os historiadores a apontarem uma série de degenerações de um topónimo original, provavelmente Braçó, diminutivo de braço que seria popularmente aplicado à vegetação, ou Braceosa, com base num vocábulo de origem pré-românica.

Também de memória chegou a lenda de uma sangrenta batalha entre cristãos e mouros, no local onde ainda restam as ruínas de um castro que veio a ser conhecido como o Castelo dos Mouros. Este castro terá sido romanizado num complexo defensivo baseado numa única linha de muralha, com torreão, fosso e campo de pedras fincadas, este último ainda preservado.

Para ocidente do promontório onde se implantou o povoado desenvolve-se uma ampla área designada como Vale do Castelo, no qual, durante uma preparação do terreno para plantação da vinha, veio a ser encontrada uma espada com guarda-mão e punho de ferro, que logo na descoberta se partiu em três. As muitas ossadas humanas também descobertas, para além de reforçarem a crença na grande batalha entre cristãos e mouros, levam os historiadores a acreditar na existência de uma necrópole.

...terra...

A primeira referência escrita a Bruçó aparece no foral da vila de Bemposta, datado de 1512. Por aqui passavam os romeiros dos caminhos de Santiago e os almocreves, os quais deram o nome à ponte e a um caminho situados no termo da freguesia.

Antes desse foral, o “villar” de Bruçó terá nascido com a dominação cristã de Mogadouro, daí que a primeira fundação terá sido a igreja de Nossa Senhora da Assunção, perto da ermida de Santa Bárbara. Mais tarde, vieram a juntar-se à igreja paroquial, rica em retábulos de talha e em imagens, as capelas do Divino Espírito Santo, de S. Sebastião e de Santa Bárbara.

Os marqueses de Távora foram os donatários até 1759, altura em que Bruçó passou a ser governada por um juiz de vara e quatro homens de governança, quatro quadrilheiros, dois alcaides e um procurador, todos sujeitos à justiça de Mogadouro. Ficou, da era pagã, o ritual da “festa dos velhos”, que celebra o solstício de Inverno e que a doutrinação cristã veio a marcar para o dia de Natal.

...e serra

Localizada perto das arribas do Douro e a cerca de 15 quilómetros a Sul da sede do concelho, Bruçó faz parte do Parque Internacional do Douro Litoral.

Sendo as penedias tão abruptas que só as aves de rapina lá conseguem ir, o resto das arribas são férteis e proporcionam boa azeitona que mais tarde é convertida num óptimo azeite. Sendo o Inverno rigoroso e o Verão quente, também a vinha se dá bem nas terras da freguesia, assim como as culturas cerealíferas, a laranjeira, a amendoeira e o castanheiro. Também tradicional é a policultura de subsistência e a criação de gado, daí que, por vezes, surjam notícias de lobos a rondarem as zonas povoadas.

Entre as espécies naturais predominam as adaptadas à secura, como carrascos, lodão, zimbro, giestas, estevas, urze e rosmaninho. Nas zonas mais altas crescem o carvalho, a giesta e floresta de coníferas.